Que os jovens da sociedade de hoje são ansiosos, acelerados e rápidos em suas ações já não é novidade para ninguém. Cada vez mais, lemos artigos e temos acesso a pesquisas que evidenciam tais características, entre outras, no perfil da chamada geração Y.
Mas, em certos momentos, como psicóloga, me pergunto se esses comportamentos de extrema euforia não seriam a face oposta dos sintomas depressivos que, por vezes, podem vir a assolar esses jovens no contexto em que vivemos hoje.
Sabemos que a mania é o outro lado da moeda da depressão e, apesar de se assemelhar à excitação advinda da felicidade, ela pode ter efeitos bem contrários na mente dos indivíduos.
A partir desse posicionamento, pode surgir a pergunta: que motivos esses jovens teriam para se sentirem deprimidos? Eles recebem a melhor educação que seus pais poderiam oferecer, estudam em ótimas escolas, freqüentam os lugares mais “badalados” e entram para trabalhar na empresa dos sonhos de todo X e baby boomer!
Todas essas circunstâncias podem, de fato, trazer grandes motivos de orgulho a essa geração. Porém, vale a pena entender que, para eles, status, honra e benefícios nem sempre trazem uma completa realização.
Sim, eu sei que o conceito de felicidade é amplo e bem diverso, mas o que estou querendo dizer é que, mesmo tendo tudo, muitas vezes podemos nos sentir insatisfeitos. Tristes. Desolados. Deprimidos.
Acredito que o grande mal da atualidade seja realmente este: ficar triste tornou-se sinônimo de pecado. A qualquer leve sinal de desânimo, enganamo-nos com Prozac e seus derivados, afinal, “temos que seguir em frente”…
Fica o questionamento: até quando nos bastará o fato de sermos ótimos alunos, excelentes filhos e profissionais exemplares? Em que momento seremos olhados a fundo, tendo a possibilidade de suprir as necessidades mais primárias que promovam o alívio da depressão do mundo moderno?
Enquanto busco as minhas (nossas) respostas, vou ali tomar meu antidepressivo… Volto já!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário. Participe.