Perfil Profissional

Curitiba, PR, Brazil
Administrador de Empresas com mais de 18 anos de experiência em cargos de gestão em grandes empresas nacionais e multinacionais, responsável pela gestão de equipes multi-funcionais, abertura de carteira de parceiros de negócios nos segmentos de Serviços e Comércios Varejista, Atacadista e Distribuidores, com alcance nacional, tendo negociado diretamente com grande número de empresas nestes segmentos. Comentarei neste blog notícias que possam interessar aos profissionais da área comercial, assim como eventuais oportunidades de negócio e tendências nos segmentos de Telecom e Varejo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A morte de um empregado e o nascimento de um empreendedor - Manual do Executivo Ingênuo


Às vezes sair da zona de conforto, dar um passado à frente, ter a coragem de fazer diferente, do seu jeito, acreditando no seu sonho, é só o que basta para ser muito, muito feliz na carreira e na vida.





Recebo no meu email a seguinte mensagem:

“Adriano,

“Tenho 25 anos e hoje tenho certa convicção e segurança do que pretendo ser em minha vida: um empresário.

“Venho me preparado para ser empreendedor há um ano e meio. Desde que tive segurança e maturidade para compreender o que isso significa, venho me capacitando, juntando dinheiro e estruturando um business plan. Nesse mesmo período de formação empreendedora minha posição como funcionário de uma grande corporação vem definhando e meu rendimento medíocre foi ficando mais evidente em razão da falta de perspectiva e de desejo de seguir uma carreira como executiva.

“Depois de juntar dinheiro para uma liquidez de 15 meses e terminar meu business plan não sabia se esse era o momento de pedir demissão do emprego e cair na estrada empreendedora. Vieram as dúvidas e incertezas e o conforto de um salário e a ilusão da estabilidade me amarraram onde estou.

“A decisão de sair do emprego já havia sido adiada umas duas vezes e a minha última meta era sair em meados de junho desse ano, pois achava que estaria mais preparado e estruturado. Ocorre que esse momento ideal para sair nunca chegava. Já tinha o dinheiro necessário e o plano de negócios. Mas comecei a me colocar metas no emprego com a finalidade de postergar a decisão de sair. Bem, do que me adianta estar preparado somente aos 40 anos de idade se esse certamente não é o timing que eu desejo?

“Como mencionei, desde a minha descoberta empreendedora, meu comprometimento e motivação para o trabalho vem definhando a ponto de ontem minha diretora me chamar para conversar e dizer tudo aquilo que eu já sabia: que estou acomodado, que estou tendo um rendimento medíocre e que não estou sendo mais útil ao departamento que trabalho e me sugeriu mudar de área internamente.

“Só que nenhuma posição em qualquer empresa me agrada e motiva. Nenhum salário do mundo me faria trocar por meus planos empreendedores. Acho que quebrar a zona de conforto de um bom emprego é difícil. Nenhuma circunstância empreendedora me daria a total confiança que esperava para ter coragem de sair.

“Então, com todas as dúvidas e certezas, e depois da conversa com minha diretora resolvi que hoje era o dia de matar o empregado para deixar que nasça o empreendedor. Acho que adiei essa situação o máximo que pude e o que passar daqui irá me expor como um mau profissional dentro da organização que trabalho.

“Não sei de muita coisa: se estou pronto, se vai dar certo, se estou fazendo a coisa certa na hora certa, mas tenho certeza que o quanto antes eu buscar o que desejo, mais rápido virão as recompensas. Por isso resolvi me atirar no desconhecido e encarar o desconforto de frente.

“E escrevo pra você porque gostaria de sua sincera opinião, pois seus textos tem me motivado e acompanhado nessa trajetória empreendedora.”
Meu caro empreendedor,
(Antes que tudo: transformei o título do seu email no título deste post. Obrigado e parabéns!)
Bem vindo. Vida longa e própera a você no mundo do trabalho e dos negócios. Imagino que a esta altura você já tenha dado o salto. Então aproveito para lhe desejar muita sorte e muita saúde, muito tino e perserverança. A coragem você tem. Já teve. Agora é acelerar, pisar fundo. Sem esquecer de curtir a viagem.
O começo será difícil. Não se engane. Se ter um negócio fosse coisa fácil, todo mundo seria seu próprio patrão. Então prepare seu espírito para mares revoltos. E também para mares de calmaria. Uma hora sua embarcação encaixa no vai e vém desse grande oceano que é o mercado. E se não encaixar, você pode trocar de barco. E se você, lá na frente, cansado de guerra, quiser retroceder, não haverá demérito algum nisso. Bastará colocar de novo uma gravata, recauchutar o Curriculum e batalhar um emprego. Sua experiência no empreendimento contará muitos pontos a seu favor. Então considere que o jogo que você está jogando já está de certa forma ganho. Não há muita chance de você perder – o máximo que pode lhe acontecer é ter de recomeçar do ponto em que se encontrava antes de empreender. Isso não é exatamente um prejuízo. Mas mesmo que você o considere desta forma, saiba que todos os demais prejuízos estarão grandemente sob controle.
Você tem apenas 25 anos. Essa é uma grande vantagem – que, às vezes, é preciso que se diga, também pode jogar um pouquinho contra. Mas o fato é que você tem muito tempo para aprender – inclusive com os próprios erros. Basta que você faça um trato consigo mesmo – aprender sempre que errar. Crescer com cada erro. De todo modo, para errar menos, sugiro que você se cerque de alguns bons conselheiros. De preferência outros empreendedores que já tenham vivido as situações pelas quais você vai passar. Não é feio ter tutores. Adote alguns.
E, acima de tudo, escolha muito, muito bem os seus sócios. Sócio não precisa ser amigo. Mas você precisa confiar. Você tem que admirar, se sentir bem com ele. Sócio também tem que aportar – capital, trabalho, contatos, conhecimento, ferramental, o que seja. Sócio que não traz nada para o negócio vira peso morto. Sócio também tem que ter competências complementares às suas – se associar a alguém bom nas mesmas coisas que você fragiliza a empresa – os dois atuarão, às vezes de modo conflitante, no mesmo lado, e deixarão o outro lado desguarnecido. Não esqueça ainda de fazer um bom contrato social – que proteja a empresa e os próprios sócios em caso de conflito ou de fim do negócio.
De resto, não esqueça: divirta-se. É o que lhe desejo. Muito trabalho, muita realização, muitos bons cases construídos e muito dinheiro no bolso. Boa sorte em tudo!

Fonte: A morte de um empregado e o nascimento de um empreendedor - Manual do Executivo Ingênuo

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