Excelente analogia... Vale a leitura de cada linha.
Você joga tênis ou frescobol com seu sócio?
Você joga tênis ou frescobol com seu sócio?
Parece bobeira e até um pouco piegas, mas a realidade mostra que tanto os casamentos quanto as sociedades acabam em sua grande maioria porque o jogo escolhido é o tênis e não o frescobol. Basta colocar um pinguinho de expectativa de um lado e falta de auto-conhecimento e auto-observação do outro e bingo, o jogo letal estará escolhido: tênis na cabeça.
Ter uma sociedade saudável significa entender o que há de melhor no seu sócio, não aquilo que você gostaria que ele tivesse. Significa tirar o melhor proveito do que ele faz melhor, não condená-lo por aquilo que ele não faz bem. Significa conhecer o real significado de suas ações, não aquilo que você pensa aparentar. Ter uma sociedade saudável é para quem quer jogar frescobol, não pra quem quer jogar tênis.
Eis o texto:
"Tênis é um jogo feroz, o objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente por aí que ele vai dirigir sua cortada palavra muito sugestiva - que indica o seu bjetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
Frescobol se parece muito com tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo que ninguém marca pontos... A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há pessoas que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão...O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde. Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim..."

Olá gostei muito do blog, parabéns!
ResponderExcluirObrigado, Frederica.
ResponderExcluirVolte e comente sempre. Em breve, dicas para locação e compra de imóveis. Sua colaboração será de extrema valia. Um abraço.